Fiquei com muito orgulho da nossa presidenta. Chorar junto na hora triste foi muito mais de mãe e de mulher,
do que qualquer outra coisa, e saber que ela não perdeu esse instinto, esse
principio, me levou a amá-la como a uma irmã. Estamos todos no mesmo barco. Nada
é mais revolucionário e transformador do que a solidariedade infinita pela dor
alheia. Quando nosso amor por um desconhecido nos inunda de forma a querer
salva-lo, socorrê-lo e ampará-lo, então eu vejo que chegamos naquele ponto
glorioso da existência, em que finalmente deixamos de ser indivíduos para nos
tornarmos UM individuo coletivo. Uma única raça, uma mesma espécie
humana.
Tive serias decepções com a Dilma em muitas frentes de seu governo.
Às vezes me questionava onde teria ido parar a Dilma guerrilheira, mas hoje ao
ver a grandeza dela ao entrar naquele ginásio repleto de corpos e ao emprestar
solidariedade incondicional aos familiares das vitimas pessoalmente, então eu me
re-apaixonei por essa mulher, que ignorou reuniões e encontros com lideranças do
mundo afora, simplesmente para chorar seus mortos junto com o seu povo. Isso foi
de uma grandeza poderosa!
Choremos nossos mortos Brasil e que seja também
simbólico pelo choro por tantos outros jovens que tombaram por ai, vitimas da
estupidez humana. Que essa tragédia sirva ao menos para resgatar o nosso senso
de união, aguçar nosso senso de justiça e multiplicar de norte a sul um
verdadeiro cântico de compaixão.
Senti vontade de voltar, de estar ai e
abraçar cada mãe!
Fiquei com vontade de lutar ainda um pouco mais por um
mundo onde "a força da grana não possa erguer e destruir coisas belas". (Caetano)
Uma
tragédia evitável. Uma desgraça horrorosa, mas que ainda seja possível extrair
alguma luminosidade de tudo isso. Algum sentimento grandioso que alquimicamente
transforme dor em luz.
Estou aqui a pensar que foi preciso uma tragédia
desse porte para unir esse povo por algo que não fosse futebol, big brother ou
novela.
Não aliviando em nada para os responsáveis por essa tragédia, que
devem ser punidos rigorosamente, quero crer que ainda temos algo a aprender com
tanta dor.
Hoje nos levantamos como uma nação!
Enlutados sim, mas com a
dignidade de quem não foge a luta.
Recuperamos o senso de pátria? De
irmandade com nossos conterrâneos?
Então que essa dor esfregue o porão das
nossas almas e limpe todo descaso e egoísmo.
Hoje somos todos pais, mães e
amigos daqueles jovens. E esse amor brotado da dor nos tornou a todos
irmãos.
Que isso, ao menos isso, faça a morte desses jovens menos
vã..."
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